Coleção Sulamérica as cores dos meios líquidos, as tintas, chegam à Obra de Odilon Cavacanti.
Em fins de 1988, Odilon Cavalcanti, então com seu atelier instalado na Ilha de Itamaracá em Pernambuco é convidado pelo fotógrafo Tadeu Lubambo para ilustrar com sua obra o calendário anual 1989 para a Sulamérica Teleinformática cujas obras selecionadas se inspiravam no tempo, também conhecida como a série dos relógios.
Compõem uma suite em guache e acrílica sobre papel 100% algodão que integra, hoje, em conjunto, uma das três mais importantes coleções particulares de sua obra.
As obras desta coleção que são um conjunto de um colorido deslumbrante, proveniente, certamente da luz tropical da Ilha de Itamaracá, onde, na época Odilon Cavalcanti havia instalado seu atelier depois de uma temporada de mais de dois anos em Belém do Pará.
E Itamaracá o artista recupera um fazer diário e constante e depois de mais de uma década de estudo quase exclusivo sobre o pastel seco e estimulado por observações do crítico russo/brasileiro Mark Bercowitz, começa seus estudos dos meios líquidos que começa com uma série de desenhos em Nankin em preto e branco, eliminando a riqueza de recursos cromáticos característica do pastel, para que apenas a relação tinta (negra) sobre o suporte, intermediada apenas pelo pincel possa estabelecer os parâmetros claros do uso das novas mídias. Estes primeiros desenhos ou pinturas monocromáticas procuram no novo universo visual do artistas seus elementos temáticos, bois, pescadores, velas, paisagens características e manifestação cultural mais característica da Ilha: a dança ciranda.
É através destes estudos tendo a ciranda como tema que a cor vai voltando aos poucos à obra e Odilon vai relendo-as como “relógios” onde o mastro central e sua sombra fazem as vezes de ponteiro de relógio, levando o artista a pensar na questão do tempo e seu significado.
São as cirandas que levam o artista à coleção sulamérica aqui apresentadas, portanto.