Essência da terceira exposição: Essência.

“A essência da arte é a vida, não a imitação da vida.”

“Espelho I”
Paste s; papel
50x70cm
1986

Capa do catálogo

 

 

“Conteúdo II”
Pastel s/ papel
50x50cm
1985
“FormaI”
Pastel s/ papel
50x70cm
1986
“Conteúdo V”
(Bom Dia)
Pastel s/ tela montada
80x80cm
1984
“Conteúdo I”
(Boa Noite)
Pastel s/ papel
50x50cm
1985

Essência: A Conquista do Essencial

São grandes os perigos da técnica do pastel.
Talvez não tanto da técnica – porque esta se aprende e se domina – mas do virtuosismo que pode resultar deste domínio.
Este sim, pode levar o artista a abusar dos aveludados, do lado “bonito” do pastel.
O domínio da técnica, que é absolutamente necessário, prepara, ao mesmo tempo, armadilhas perigosas das quais Odilon Cavalcanti soube escapar.
Acredito que graças a seu poder de síntese, de compreensão do essencial.
Os trabalhos de Odilon Cavalcanti, aqui expostos, são provas não apenas de suas qualidades de artista, mas sobretudo, do seu destemor, de seu espírito independente.
Sendo um artista jovem, viajado e informado, soube se manter livre das imposições da moda, dos rótulos impigidos.
Ele usa a figura como elemento formal, da mesma forma que usaria uma forma abstrata – sem jamais cair no ilustrativo.
São estas formas, baseadas ou não no ser humano, que dão força e até imponência a estes pastéis, nos quais Odilon Cavalcanti explora todas as possibilidades que o material oferece.
Não é fácil para um artista, neta época de comunicação rápida e do reinados da “media”, preservar a sua independência e sua personalidade.
Como também não é fácil resistir à tentação do sucesso relativamente rápido, satisfazendo simplesmente o desejo do público por aquilo que está “na moda”.
Mas, a longo prazo, são sempre os independentes que vencem e que ficam.
Entre os quais se encontram, disto estou certo, Odilon Cavalcanti, que compreendeu o valor do essencial.

Marc Bercowitz
Rio de Janeiro
1986

 

 

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