Odilon Cavalcanti diz em uma das frases que sintetizam seu trabalho em seu Manifesto Transconcreto:
” Eu quero o suporte plano, mesmo que se projete no espaço.”
Essa declaração ele vivencia em sua pesquisa com recorte sobre desenhos e pinturas s/ papel e sobre fotografias suas e de sua mulher Malouh Gualberto.
Ele busca, através destas intervenções no suporte plano, levar a pintura e a fotografia para uma visualidade espacial.
Esta pesquisa rendeu-lhe dois grandes projetos a que vem se dedicando à muitos anos como o Projeto Pégasus e o Projeto Abraço e têm proporcionado caminhos novos para sua arte, tanto pictórica quanto espacial de cunho minimalista.
Outra vertente do trabalho escultórico são as assemblages com sucata da natureza e da cultura que Odilon une em composições de grande força poética e plástica e constituem um capítulo à parte dentro de sua obra, muitos deles servindo de inspiração para pinturas, remetendo novamente ao suporte plano. As assemblages geralmente surgem para indicar um novo caminho pictórico a partir do objeto tridimencional. Isso permite inferir que a gestação da vida do plano requer, para o artista a realização do assunto da obra no espaço.
As técnicas e o pensamento espacial vêem assumindo na obra de Odilon um espaço que caem bem. E novas pesquisas tem sido realizadas por ele com base na idéia de que é cada vez mais necessária no mundo que se nos apresenta, a presença sanadora da arte como espaço de reflexão crítica criativa.