s(ó) p arte 2017:
Fui à sp arte 2017.
Nunca tinha ido. Achei instrutivo. Didático até.
Observei tendências voláteis e de fundo, conheci algumas boas obras de arte e re-encontrei pessoas. Inclusive meu primeiro marchand, Ricardo Camargo.
Revi artistas amigos. Conheci novas pessoas. Percebi ausências. Instalei uma obra efêmera e tomei uma garrafa de água mineral oferecida graciosamente quase como um brinde.
Fique claro que é um evento que de arte, é só parte.
Tá na marca: s(ó) parte 2017. Tá na identiadade.
É evento de mercado, marcado pela força da grana que ergue, compra e destrói coisas e possibilidades belas.
Mas é claro que a mercado de arte é há um só tempo céu e inferno, criação e destruição.
Galerias selecionam artistas que irão sobreviver no mercado e sobrevivem deles e dos colecionadores de todos os matizes, praticando políticas colonialistas que esquentam preços arte ficcionalmente.
Não pude deixar de pensar que a procura de ativos com tanto espaço para especulação também faz sp-arte da Arte de lavar dinheiro, esconder patrimônio e investir para o futuro.
Logo na entrada, encontrei um grande e velho amigo artista que eu soubera, um pouco mais cedo, tivera uma obra importante vendida por preço recorde ainda e vida o que é um fato memorável e cumprimentei-o por isso. Ele ainda não soubera da concretização e divulgação do negócio e exclamou:
“ – Ah! Então já tão divulgando!…Pena que a obra não era mais minha propriedade!”
-“Pena que a Lei que garante percentagens para os artistas não tenha “pegado” – retruquei!
-Pois é, disse ele- “os caras não querem nem ouvir falar nisso”…
Mercado são pessoas e é para elas que artistas, galeristas e promotores de feiras trabalham. E iniciativas que ajudam a fazer o mercado, as pessoas e os artistas crescerem são sempre bem-vindas.
Mas há muito o que melhorar nessas relações que só fazem refletir o estado de nossa sociedade. Amigos, amigos, negócios à sp arte.